Baseado nas próprias reflexões da diretora sobre a maternidade e a pressão sofrida pelas mulheres que não querem ser mães, o filme vem conquistando elogios da crítica especializada.
Chegou ao Star+ um novo filme de suspense psicológico que mostra como as pressões da sociedade sobre as mulheres podem ser mais assustadoras do que parecem: Tic Tac - A Maternidade do Mal (Clock).
O longa Tic Tac: A Maternidade do Mal conta a história de uma mulher chamada Ella (vivida pela atriz Diana Agron) que, apesar de não querer ter filhos, sente que precisa resolver essa questão de qualquer maneira pois é pressionada constantemente por sua família e amigos.
O longa é a estreia da diretora norte-americana Alexis Jacknow, que desenvolveu a ideia a partir de um curta-metragem e quis colocar suas próprias ansiedades sobre as pressões da maternidade na produção.
O filme vem sendo elogiado pelos críticos por sua abordagem interessante e inovadora, além do destaque pela boa performance da atriz protagonista, Diana Agron, conhecida pelo seu papel de Quinn Fabray na série Glee, disponível no Disney+.
Saiba mais sobre Tic Tac - A Maternidade do Mal e por que vale a pena assistir esse filme que toca em um tema polêmico e importante:
O enredo de Tic Tac: A Maternidade do Mal
Ella (Diana Agron) é uma mulher bem sucedida de 37 anos que é uma designer de interiores reconhecida por seus projetos de decoração para grandes hotéis. Ela está em um casamento feliz com Aiden (Jay Ali), mas não quer ser mãe.
Seu pai, descendente de sobreviventes do Holocausto, pede constantemente que ela reconsidere essa decisão e até mesmo suas amigas a pressionam. “O que você faz o dia todo sem uma criança?”, perguntam a Ella no início do filme.
Com histórico de câncer de mama na família, a protagonista visita uma ginecologista por indicação do marido e diz a ela suas preocupações. Segundo a médica, seu relógio biológico é inexistente, o que a faz não querer ter filhos.
A ginecologista sugere que o relógio de Ella na verdade “está quebrado” e propõem um novo tratamento. Ela mente ao marido dizendo que participará de um grande projeto por alguns dias e vai até a clínica indicada pela médica.
Lá, ela conhece a Dra. Elizabeth Simmons (Melora Hardin), que propõe “consertar” seu relógio biológico. Ella toma uma série de hormônios e tudo parece encaminhado até que as coisas começam a sair do controle e o tratamento se torna assustador.

Tic Tac: A Maternidade do Mal traz o olhar pessoal da diretora
A diretora e roteirista do filme, Alexis Jacknow afirmou em entrevista ao programa de tv norte-americano sobre entretenimento The Inside Reel, que o filme é muito pessoal, baseando-se nos sentimentos que ela própria vinha tendo há tempos em relação à maternidade e papéis de gênero.
“Tem sido uma experiência incrivelmente crua e vulnerável para mim. Estou tão feliz por ter feito esse filme. A Há muitas facetas dentro desse tema. Nesse longa não falamos que mulheres devem ter filhos ou não devem, mas que devemos dar apoio às mulheres qual seja a decisão que tenham para suas vidas sem julgá-las”, afirmou Alexis.
De acordo com Alexis, a intenção de expressar esses temores de não corresponder às expectativas da sociedade era fazer com que as pessoas se sintam menos sozinhas. “Quero que elas vejam e pensem ‘Não sou a única a fazer essas perguntas ou a ter esses sentimentos’”.
Diana Agron também se conecta com o tema de Tic Tac: A Maternidade do Mal
A atriz Diana Agron também compartilha similaridades com o olhar de Ella, o que a ajudou bastante na hora de dar mais veracidade à sua interpretação.
Eu estou com mais de 30 anos e optei por não ter filhos até agora. E eu tive que lidar com muitas pessoas tendo opiniões sobre a minha decisão pessoal”, disse a atriz ao site Movieweb.
“Quando li o roteiro, senti uma sensação de alívio por ele existir. E Alexis (Jacknow) e eu tivemos uma linda conversa sobre toda essa temática”, contou Agron.
“Minha esperança para este filme é que depois dele as pessoas pensem em como podem ser mais gentis com as mulheres ao seu redor”, revelou a protagonista.
Tic Tac: A Maternidade do Mal foi bem recebido pela crítica internacional
As críticas sobre o longa tem sido positivas em relação à decisão de Alexis Jacknow de trazer sua visão pessoal para as telas.
“Enquanto ela contempla o parto e a maternidade – imaginando um futuro de sofrimento físico – o terror de Ella não pode ser chamado de ‘sobrenatural’. É a sensação mais natural que se possa imaginar”, opinou o crítico Noel Murray, do jornal norte-americano Los Angeles Times.
“Ao focar nas necessidades e desejos pré-natais de uma mulher – ou na falta deles – o filme se encaixa em outras produções que dissipam as falácias de que a maternidade é toda ‘luz do sol e arco-íris’, ou que todas as mulheres deveriam ser mães”, explicou a crítica Courtney Howard, da revista Variety.
“Com razão, o filme responsabiliza uma sociedade agressiva e crítica por sua pressão constante sobre mulheres sem filhos”, comenta Courtney,, acrescentando que Agron “acerta todas as complexidades do colapso nervoso de seu personagem, oferecendo uma performance sutil e delicadamente detalhada”.
Segundo Elisabeth Vincentelli, do jornal The New York Times, também afirma que Diane Agron estrela o filme com um desempenho contido e sem exageros.
Sobre o filme, diz: “Instiga o público com um olhar diferente sobre o pensamento da sociedade, a influência da indústria do bem-estar sobre as mentes e os corpos, as expectativas opressivas colocadas sobre as mulheres - incluindo elas próprias”, afirmou Elisabeth.