Quasimodo, que estreou há pouco tempo no Star+, faz uma paródia da clássica história de O Corcunda de Notre Dame. Mas quanto da obra original o público encontra na produção? Veja, a seguir!
O clássico livro do século XIX escrito por Victor Hugo, O Corcunda de Notre-Dame, acaba de ganhar uma adaptação inusitada pela trupe de comédia norte-americana Broken Lizard.
Quasimodo, já disponível com exclusividade no Star+, é uma sátira hilária que dá uma reviravolta no conto clássico conhecido mundialmente que muitos acham que conhecem.
O grupo Broken Lizard é formado por Kevin Heffernan, Steve Lemme, Jay Chandrasekhar, Paul Soter e Erik Stolhankske. Nesse novo filme eles mostram o que aconteceria se o protagonista que dá título ao livro de Hugo, conhecido como Quasímodo, tivesse (quase) dado a volta por cima nos problemas que tem.
Na trama do filme, “Quasi”, como é seu apelido, ganha reconhecimento ao inventar uma nova máquina de tortura e passa a ser o mercenário mais cobiçado da França do século XIII.
Conheça mais sobre o enredo do filme e quais são as semelhanças entre a produção e o livro de Victor Hugo:

O criativo e diferente enredo de Quasimodo
Ambientado na França do século XV, conhecemos Quasi e seus amigos pela voz do narrador (e às vezes colaborador de Broken Lizard), Brian Cox. Cox logo conta que a França daquela época era muito problemática, seja pela falta de higiene, pelos governos tiranos ou pelos preconceitos antiquados.
Quasimodo (Steve Lemme) é um homem cuja deficiência física o torna um pária social. Ele trabalha nas câmaras de tortura do rei Guy (Chandrasekhar). Lá, em busca de uma cura para sua própria deformidade física, ele desenvolve um dos aparelhos mais eficientes e dolorosos do mercado da tortura.
Para parabenizá-lo, o otimista amigo de Quasi, Duchamp (Heffernan), oferece um de seus bilhetes da Loteria Papal que dá direito a uma confissão exclusiva com o Papa Cornelius (Soter).
Quasi vence o sorteio, mas, antes dessa reunião, o rei instrui Quasi a assassinar o Papa Cornelius, uma pessoa que o governante garante ser um perigo para a França e "um idiota total".
Quasi também conhece Catherine (Adrianne Palicki), a nova rainha que desenvolve uma afeição inesperada pelo camponês corcunda depois que ele reúne seus companheiros torturadores para um protesto.
Quando finalmente conhece o Papa, Quasi recebe ordens conflitantes: o Papa Cornelius pede a ele que mate o rei. É então que Quasi precisará usar de toda sua astúcia para sair da terrível situação em que se meteu.
Quasimodo é bem diferente do livro O Corcunda de Notre Dame
Apesar do Quasimodo ser o personagem principal do filme, já deu para perceber que o filme Quasimodo não é um longa muito fiel à obra original. Afinal, O Corcunda de Notre Dame, escrito por Victor Hugo, está longe de ser uma comédia.
No livro, Hugo escreve uma história para questionar o que significa ser ou não um “monstro”. Se Quasímodo é considerado monstruoso pelas pessoas comuns, é seu pai adotivo, Dom Claude Frollo, um homem da igreja e aparentemente correto, que é o verdadeiro vilão.
Quasímodo trabalha como sineiro na lendária Catedral de Notre-Dame durante o século XV quando se apaixona pela dançarina cigana Esmeralda. Ele a conhece quando, durante a Festa dos Tolos, é coroado “Papa dos Tolos”. Quando a multidão começa a atacá-lo por suas deformidades, a moça o salva.
A partir daí, Quasímodo promete protegê-la de todo o mal. Enquanto isso, dois homens passam a disputar o amor da dançarina: Frollo e o capitão mulherengo, Phoebus de Châteaupers.
Esmeralda se apaixona por Phoebus, mas em um ataque de ciúmes, Frollo apunhala o militar. Em uma conspiração feita pelo vilão, a dançarina é falsamente acusada de assassinato e é morta.
Irado, Quasímodo empurra Frollo do topo da catedral, matando o vilão. Ou seja, o livro traz um drama denso e triste, bem diferente do novo filme.

Semelhança nas críticas sociais entre o livro e o novo filme
Apesar de estar bem longe da tragédia original, o filme Quasimodo também questiona, por meio da sátira, as aparências e as intrigas sociais e políticas. Apesar de Quasi ser um torturador profissional no longa, é ele quem tem o melhor coração entre todos os personagens.
Enquanto isso, o Papa e o Rei, figuras que deveriam ser justas e bondosas, são mesquinhos e planejam a morte um do outro. “A intriga política de alto risco ocorre com a energia engraçada e alegre que você esperaria do grupo de comédia”, disse o crítico Brandon Yu, do jornal norte-americano The New York Times.
Questões sobre preconceito e julgamento também são abordadas no filme, assim como no livro. No longa, os criadores preferiram escancarar o rídiculo que é uma sociedade se deixar levar pelas aparências.
“Nesta comédia, Quasi vive na França do século XV e lida com os costumes e crenças bizarras da humanidade naquela época”, comentou o crítico Erick Massoto, do site de entretenimento Collider.
“É uma época em que a humanidade ainda não havia descoberto a higiene, as pessoas acreditavam que os líderes eram escolhidos por Deus e os monarcas se comportavam de maneiras bizarras e autoritárias”, complementa.
Assim, Quasi se torna um protagonista muito simpático: mesmo sendo o alvo dos absurdos ao seu redor, ele mantém resiliência e bondade. “Torcemos por ele desde o começo”, conclui Massoto.
Não deixe de conferir essa versão divertida e irônica do clássico de Victor Hugo no novo filme Quasimodo, disponível no Star+!