Conheça a história real por trás da trama e confira curiosidades sobre a atriz no polêmico longa-metragem que rendeu a ela mais de dez prêmios por sua atuação.
A atriz inglesa Olivia Colman é a estrela de Império da Luz, filme de Sam Mendes recentemente lançado exclusivamente no Star+. Nele, Olivia contracena com nomes como Colin Firth e Micheal Ward em um longa emocionante ambientado em um cinema na costa sul da Inglaterra, em pleno anos 1980.
Mas você sabia que o filme responsável por consolidar Colman como uma das melhores atrizes em atividade atualmente, dando a ela um Oscar© em 2019, também está na plataforma do Star+? Além da estatueta dourada, Olivia Colman ainda levou mais dez prêmios por A Favorita, que protagoniza ao lado de Emma Stone e Rachel Weisz. O clássico instantâneo é dirigido pelo grego Yorgos Lanthimos e é imperdível.
Saiba mais sobre essa comédia trágica (ou tragédia cômica) inspirado no reinado de Anne, a última rainha da linhagem Stuart a governar Inglaterra, Irlanda e Escócia entre 1707 e 1714.

A Favorita no Star+: sobre o que trata o filme?
No início do século 18, a Inglaterra estava em guerra com a França; mesmo assim, a corte inglesa vivia o auge do luxo e da ostentação.
A frágil Rainha Anne (papel de Olivia Colman) ocupava o trono, mas todos na corte sabiam que quem governava o reino era sua amiga íntima, Lady Sarah (personagem de Rachel Weisz), que “administrava” também o difícil temperamento da governante.
Tudo muda, no entanto, quando surge Abigail (Emma Stone), uma nova criada que com seu charme pessoal cativa Sarah, que a coloca sob sua proteção. A ambiciosa jovem vê nisso uma chance de retornar às suas raízes aristocráticas e passa a direcionar suas energias para a Rainha Anne.
À medida que a política de guerra ocupa cada vez mais o tempo de Sarah, Abigail preenche o lugar de companheira da monarca e a crescente amizade das duas dá a ela a chance de realizar suas ambições. Sarah, porém, não deixará a competição pela atenção e preferência da Rainha Anne acontecer assim tão fácil.
Quem foi a Rainha Anne, a protagonista de A Favorita
A produção de Yorgos Lanthimos jogou luz sobre a personalidade de Anne, a última da famosa linhagem real Stuart, mas uma figura pouco conhecida. No entanto, seus anos à frente da coroa marcam um período muito importante: o nascimento do Reino Unido como o conhecemos.
Filha mais nova do duque de York, Anne nasceu em 6 de fevereiro de 1665, em Londres, e foi educada na fé anglicana por desejo de seu tio, o rei Carlos II. Com a morte dele, o pai de Anne, James, ascendeu ao trono, mas seu reinado durou pouco já que ele foi deposto pela Revolução Gloriosa de 1689 em favor de Mary II, sua filha mais velha.
As duas irmãs Stuart, que eram muito próximas até então, se separaram por vários motivos, principalmente financeiros. Além disso, Mary II não apreciava muito a companhia da irmã Anne, especialmente quando se tratava de sua estreita amizade com Sarah Churchill, Duquesa de Marlborough, que parecia ter uma grande influência sobre ela.

A Rainha Anne foi uma governante influenciável
Esta preocupação foi justificada quando Mary II morreu. Quando Anne se tornou rainha, sua grande amiga, Lady Sarah, que tinha profundo conhecimento de conexões e intrigas políticas, atuou como uma influente conselheira da nova (e insegura) soberana. Esta é uma parte da história real de A Favorita e da Rainha Anne.
Em seu primeiro ano de reinado, ela nomeou o marido de sua amiga, John Churchill, como Capitão General e confiou a ele os exércitos do reino. Sarah foi nomeada Senhora das Vestes e Guardiã da Bolsa Privada da Rainha.
Embora sua estreia no trono tenha sido geralmente bem recebida pelo povo inglês, a incapacidade da rainha Anne de gerar um herdeiro levou a uma das maiores decisões políticas da história do reino.
Apesar de 17 gestações, 11 levadas a nascimentos, nenhum dos filhos da rainha atingiu a idade adulta. Essas tragédias repetidas levaram os políticos a estabelecer os Atos de União, duas leis que uniram a Escócia e a Inglaterra em um único reino, permitindo uma escolha mais ampla de sucessão ao trono. E foi assim que se originou o Reino Unido.
Na trama de A Favorita, rivalidade na busca pelo poder
Considerada ingênua, impressionável e com problemas de saúde, para muitos a Rainha Anne era apenas uma marionete de Sarah Churchill, que a usava para beneficiar o marido, aumentar suas posses e divulgar suas próprias ideias políticas.
No entanto, essa influência enfraqueceu quando a jovem Abigail Masham chegou ao Palácio de Kensington. Parente dos Churchills, a jovem tornou-se uma das damas de companhia da rainha Anne e uma verdadeira confidente dela, pois sua amizade com Sarah Churchill havia enfraquecido.
Em meio a brigas, o fim da amizade das duas mancharia para sempre a reputação da rainha Anne. De fato, a duquesa de Marlborough, com ciúmes de ver Abigail Masham substituí-la, espalhou o boato de que a rainha estava tendo um caso com a jovem e pintou um retrato terrível da soberana registrado em suas memórias pessoais.
Sarah Churchill sabia que seus escritos seriam amplamente lidos e influentes. Ainda hoje, muitos historiadores acreditam que a falta de reconhecimento da rainha Anne se deve ao fato de muitas pessoas ainda acreditarem no retrato calunioso da duquesa de uma mulher frágil e indecisa que favorecia seus amigos.

Olivia Colman “roubou o filme” para si em A Favorita
Colman foi amplamente elogiada pelos críticos por sua interpretação. Para o jornalista Berry Hertz, do diário canadense “Globe and Mail”, dizendo que “é ela quem rouba o filme para si em todos os momentos, inclusive do próprio diretor Lanthimos”.
Já para o crítico cultural americano A.O. Scott, do jornal “New York Times”, “Weisz e Stone são brilhantemente espirituosos e ágeis, mas a performance de Colman é nada menos que sublime. Ela se compromete totalmente com o ridículo de Anne e também com as facetas contraditórias de sua humanidade”, diz.
Olivia Colman, no entanto, se surpreendeu com a atenção recebida pelo filme. De acordo com entrevistas dadas ao site de entretenimento “Screen Daily” e para a revista “Rolling Stone”, ela confessou não saber como reagir à popularidade causada pelo papel.
A atriz começou a carreira estabelecendo-se na cena de comédia televisiva do Reino Unido, com participações em algumas séries cult que lhe renderam alguns prêmios.
A Favorita foi o primeiro filme da atriz a realmente chamar a atenção. “Você precisa se comportar melhor porque, de repente, todos estão notando você”, disse ela rindo para o “Screen Daily”.
Colman também contou que se tornou bastante próxima de suas colegas, principalmente Emma Stone, o que foi útil nas cenas mais íntimas de suas personagens. “Foi hilário”, disse ela sobre algumas dessas sequências. Já sobre as cenas com sua outra parceira, ela simplesmente falou: “Beijar Rachel Weisz não é realmente difícil”.
Não deixe de assistir a A Favorita e conferir todas as camadas desse drama histórico estrelado por três das mais carismáticas atrizes da atualidade.