Você sabia que as músicas foram gravadas ao vivo no set? E que Hugh Jackman parou de beber água para interpretar Jean Valjean?
Chega este mês com exclusividade ao Star+ o fenômeno ganhador de três Oscars ®, Os Miseráveis, de 2012. Apelidado por muitos de ‘Les Mis’, o filme junta-se ao extenso catálogo do serviço de assinatura que conta com conteúdos como Os Olhos de Tammy Faye, How I Met Your Father e The Dropout.
Desde que estreou em 1980, Os Miseráveis tornou-se um dos musicais da Broadway mais bem sucedidos e de maior duração já produzidos. Baseado na obra homônima de Victor Hugo de 1862, era inevitável que um dia houvesse uma adaptação da história para as telas. O filme do diretor Tom Hooper foi um sucesso comercial e de crítica, mas você sabia desses fatos por trás da criação deste épico musical?
1. Hugh Jackman parou de beber água para interpretar Jean Valjean como prisioneiro
Em seu grande papel como o sarado Wolverine nos filmes dos X-Men, Hugh Jackman está acostumado a ganhar músculos. No caso de Os Miseráveis, no entanto, o ator australiano teve que mudar seu corpo de forma totalmente oposta. Quando conhecemos o personagem de Jackman, Valjean, ele é um prisioneiro faminto – e o ator foi ao extremo para transmitir isso.
Além de perder 15 quilos, Jackman até se negou a beber água por um período de 36 horas. Isso deu a Valjean aquele olhar sombrio, mas também deixou Jackman sofrendo com intensas dores de cabeça. Então, para interpretar um Jean Valjean mais abastado em seus últimos anos, Hugh Jackman ganhou cerca de 30 quilos, resultado do ator “comer qualquer coisa que pudesse” durante as filmagens.
2. Todas as músicas foram gravadas ao vivo no set
É comum em musicais de filmes que todas as performances vocais sejam gravadas separadamente e dubladas depois. No entanto, o diretor Tom Hooper optou por ter o elenco de seu musical cantando ao vivo no set. Em vez de dublar as gravações de estúdio, o elenco cantou ao vivo enquanto as músicas eram tocadas em um fone de ouvido.
Hooper seguiu esse caminho não convencional para dar mais liberdade ao elenco e não distraí-los da performance com o desafio de dublar de maneira crível. Isso também foi considerado para dar às performances uma sensação mais crua e emocional – o que definitivamente foi fundamental para Anne Hathaway ganhar o Oscar ® de Melhor Atriz Coadjuvante por seu trabalho no filme.
3. Taylor Swift e Scarlett Johansson foram consideradas para interpretar Eponine
À medida que o processo de seleção de elenco começou, todos em Hollywood fizeram fila para uma chance de aparecer em Os Miseráveis. Atrizes de grande nome, incluindo Scarlett Johansson e Evan Rachel Wood, foram consideradas para interpretar Eponine. Além disso, a equipe de elenco também procurou no mundo da música popular para sua estrela.
Junto com Miley Cyrus e Lea Michele de Glee, Taylor Swift também estava na shortlist da Eponine. No final, Samantha Barks, que interpretou Eponine no palco, foi escalada para o papel. Anne Hathaway também teve uma séria competição por Fantine: outras atrizes consideradas incluíram Jessica Biel, Rebecca Hall, a indicada ao Oscar ® Amy Adams e as vencedoras Marion Cotillard e Kate Winslet.
4. O aquecimento vocal de Samantha Barks envolvia miados
Certamente a parte mais vital do arsenal de um ator é sua voz – e isso é ainda mais importante em um musical. A força vocal foi de particular importância em Os Miseráveis, já que o canto foi todo feito ao vivo no set. Alguns dos exercícios de aquecimento vocal usados pelos atores no set, no entanto, foram um pouco… estranhos, para dizer o mínimo.
Com horas se passando entre as tomadas, os atores tiveram que manter suas vozes preparadas – algo pelo qual Samantha Barks se tornou notória. Nos bastidores existem vídeos do elenco implementando exercícios de língua e lábios mais “normais”, nos quais Barks pode ser ouvida miando em preparação para a próxima cena. Chegou ao ponto em que, de acordo com a própria Barks, o elenco e a equipe sabiam sempre que a atriz se aproximava apenas pelo som dos miados.
5. O filme levou 24 anos para ser feito
Os Miseráveis começou como um álbum de músicas conceitual, o que formou a base do musical da Broadway em 1980. Depois que o show se tornou um fenômeno mundial, os planos para uma adaptação cinematográfica não ficaram muito atrás. Em 1988, Alan Parker foi abordado para dirigir uma adaptação para o cinema.
Parker tinha histórico com musicais, tendo participado da produção de Bugsy Malone, Fame e The Commitments. No entanto, em 1991, Parker estava fora, e Bruce Beresford (Driving Miss Daisy) assinou contrato para dirigir – mas esta versão também não chegou ao fim. Levaria mais duas décadas até que Tom Hooper assinasse o projeto e finalmente conseguisse tirá-lo do papel.
6. Uma música totalmente nova foi criada apenas para o filme
O filme de 2012 é incrivelmente fiel ao musical original, incorporando a maioria, embora não todas, das músicas existentes. Apenas duas canções da versão da Broadway – ‘I Saw Him Once’ e ‘Dog Eats Dog’ – não chegaram a fazer parte do filme. O longa tem todas as músicas do musical de Claude-Michel Schönberg com o acréscimo de uma.
Schönberg e seus letristas Herbert Kretzmer e Alain Boublil criaram uma nova música apenas para o filme. Interpretada por Hugh Jackman, ‘Suddenly’ foi bem recebida o suficiente para ser indicada para Melhor Canção Original no Oscar ®.
7. Demorou oito horas para filmar ‘I Dreamed A Dream’
Mesmo antes do casting para Les Mis ter começado, Anne Hathaway estava familiarizada com as músicas do show, porque ela havia cantado ‘I Dreamed A Dream’ antes. Na verdade, ela até cantou a música ao lado de seu futuro colega de elenco Hugh Jackman, como parte de uma esquete que os dois fizeram no Oscar ®. Mais tarde, quando Hugh Jackman estava em negociações para fazer o papel de Jean Valjean, ele sugeriu que os diretores de elenco abordassem Anne Hathaway para fazer o papel de Fantine. Hathaway surpreendeu a todos na audição, levando os produtores às lágrimas.
Apesar disso, a filmagem de ‘I Dreamed A Dream’ ainda foi um processo demorado. Hathaway aparentemente acertou a música no primeiro take, mas insistiu em fazê-lo de novo e de novo, levando a música a levar oito horas para ser filmada no total. Hathaway mais tarde explicou sua decisão, dizendo que precisava de mais tempo para alcançar as verdadeiras emoções que a canção pedia. Ela estava certa, no final, já que a tomada usada foi sua quarta ou quinta tentativa.
8. Gavroche aparece no filme como um bebê
Com sua inteligência afiada e travessuras, Gavroche é um dos personagens mais icônicos tanto no show da Broadway quanto no filme. Isso torna ainda mais surpreendente que suas origens sejam mantidas tão vagas. No livro, é revelado que ele é filho dos Thénardiers e que foi abandonado pelo casal porque não tinham condições de mantê-lo. No filme, no entanto, nunca é explicado como ele passou a conviver com os revolucionários estudantis, ou onde ele mora no dia a dia.
O filme, no entanto, faz uma breve referência à verdadeira identidade de Gavroche. Na música ‘Master Of The House’, os Thénardiers são vistos enganando os clientes de sua pousada, roubando tudo, desde suas carteiras até seus óculos e pernas falsas. Em um ponto da música, Thénardier é visto trocando a bagagem de alguém por uma cesta contendo um bebê. Esse bebê deveria ser Gavroche, que presumidamente cresce na rua como resultado.
9. A mãe de Anne Hathaway interpretou Fantine no palco
Anne Hathaway era fascinada por atuar desde tenra idade, mas foi inicialmente desencorajada da carreira por seus pais. Isso se deveu, em parte, às rígidas crenças católicas da família, mas também ao fato de que eles sabiam que atuar era uma carreira difícil. Afinal, a mãe de Hathaway, Kate McCauley, era atriz e havia feito vários trabalhos tanto no palco quanto na tela.
Isso inspirou Hathaway, mas sua mãe deixou a profissão para se dedicar aos filhos pouco depois que ela nasceu. No entanto, a carreira de atriz da mãe teve impacto duradouro na vida da filha, especialmente quando se tratava de um personagem em particular. McCauley estrelou a primeira turnê norte-americana de Os Miseráveis como Fantine. Quando Hathaway conseguiu o papel, as duas conversaram por horas sobre a história, e sua mãe, mais tarde, a chamou de “a Fantine perfeita”.
10. ‘Empty Chair at Empty Tables’ levou 15 tomadas para ser gravada
As músicas são a parte mais importante de qualquer musical, e isso é especialmente verdadeiro para um musical como Les Mis. O diretor insistiu que todos cantassem ao vivo, e assim os atores tinham que confiar apenas em um fone de ouvido, que tocava um acompanhamento de piano feito por outra pessoa em outra sala. Isso diminuiu muito o ritmo de gravação, e algumas faixas (como Look Down) foram ainda mais lentas pelo fato de terem sido filmadas em torno da água ou de algum outro obstáculo.
No entanto, algumas outras faixas, como ‘I Dreamed A Dream’, levaram mais tempo para serem filmadas apenas por causa da pura emoção. Uma música que levou muito tempo para acertar foi ‘Empty Chairs At Empty Tables’, a música em que o protagonista Marius reflete sobre o fato de que todos os seus amigos morreram na tentativa, fracassada, de revolução. De acordo com o ator de Marius, Eddie Redmayne, o diretor insistiu em fazer mais de 15 takes da música, com Redmayne ficando mais perturbado a cada uma delas.
11. Hugh Jackman comprou presentes para todos
Hugh Jackman tem a reputação de ser muito fácil de trabalhar e de ser gentil com a equipe de produção e colegas de cena. E não poderia ser diferente com Os Miseráveis. O filme exigia que ele fosse para um espaço mental e emocional bastante sombrio, além de levar seu corpo e voz ao limite durante grande parte do longa.
Apesar disso, ele sempre foi amigável e gentil com todos no set. Um aspecto que se destaca foi seu costume de dar presentes aos seus colegas. Como Amanda Seyfried ficou muito triste com a proibição de álcool durante a produção, Jackman comprou para ela uma garrafa de uísque após as filmagens. Jackman também comprou um bilhete de loteria para cada extra no filme, a fim de agradecer por seu trabalho duro individual.
